sexta-feira, 1 de maio de 2009

Há 15 anos...

Quase todos lembram o que faziam, onde estavam e como reagiram há exatos 15 anos. Lembram-se de tudo na hora do acidente e na hora que Roberto Cabrini entrou ao vivo, no plantão, para dar a notícia que ele mesmo disse que jamais gostaria de dar. A morte de Ayrton Senna da Silva.

E eu não sou diferente. Já acompanhando assiduamente a Formula 1, acordei cedo, assim como tinha assistido todos os treinos e corridas do Brasil e do Pacífico, mesmo de madrugada. Isso, do alto de meus 11 anos de idade.

Também tinha assistido ao acidente de Ratzenberger na véspera e fiquei incrédulo naquele sábado de 30 de abril de 1994. Não me lembrava de alguém sequer ter se machucado em uma corrida, quanto mais morrer. Mas era Ratzenberger não era um ídolo e fui jogar bola depois, esqueci o que tinha acontecido.

No domingo, o acidente da largada me assustou pela quantidade de gasolina vazando do carro de Lehto, alvejado por Lamy. Mas eu estava mais preocupado com o desempenho de Senna. Ele tinha que vencer Schumacher para conseguir recuperar terreno no campeonato, já que o alemão já abria 20 pontos na tabela. E era um ano de muita expectativa pois Senna, depois de dois anos sofrendo com carros ruins, assumia o cockpit de um carro que era dito como imbatível. Só que em 94 não era.

Na relargada, Senna conseguia abrir boa vantagem sobre Schumacher e quando rasgou a parte de alta pela segunda vez depois da saída do carro de segurança, veio a batida. Galvão Bueno gritou "Senna bateu forte!!!" de forma seca e ficou em silêncio por um pequeno instante. Reclamou da demora da chegada do atendimento médico e eu fiquei aliviado ao ver o movimento de cabeça de Senna. Eu já pensava no prejuízo do campeonato. Schumacher abriria 30 pontos de vantagem. Seria difícil recuperar.

Ao ver a mancha de sangue no asfalto, um baque. Mas tentei eliminar aquilo da minha mente. A preocupação era com o campeonato, não havia a possibilidade da morte.

A corrida seguiu, terminou e só me lembro de prestar atenção aos boletins sobre a saúde do tricampeão. Ao término da mesma, a TV ficou ligada e esperávamos notícias.Eu só entendi a gravidade da situação quando perguntei ao meu pai: "será que ele corre em Mônaco?"

A resposta, seca, de que ele não sobreviveria, me chocou. E minutos depois veio Cabrini dar a notícia. Mas, apesar de ser um grande fã de Ayrton, não chorei, apesar de achar estranho todo mundo chorando e eu ali, triste mas firme.

No dia seguinte, na escola, o clima era de velório. Minuto de silêncio, muitos colegas chorando mas eu continuei firme e, por incrível que pareça, praticamente nunca mais perdi uma corrida na F1. Meu interesse aumentou muito. E desse interesse até mórbido, confesso, cheguei até aqui, um blog sobre Formula 1.

Alguém mais se lembra com detalhes o que passaram naquele fatídico domingo?

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