quarta-feira, 17 de junho de 2009

Um exercício de imaginação: como seria a F1 depois do racha?

Uma F1 rachada. Pela primeira vez, depois de algumas semanas de trocas de farpas, entrevistas ríspidas concedidas por Max Mosley e Luca de Montezemolo, reunião, entre membros da FOTA, membros da FIA e encontros das partes, vislumbrei a possibilidade do racha realmente acontecer. E mesmo que não aconteça, o que seria da F1 se realmente ele acontecesse?

Uma comparação com a cisão ocorrida no final de 1995 na Formula Indy é inevitável. Enquanto Tony George, detentor da marca Indy por ser o dono do oval de Indianápolis, ficou com equipes menores, carros defasados e pilotos desconhecidos, a CART ficou com as principais equipes (Penske, Ganassi e Newmann-Haas, por exemplo) e os principais pilotos. Cada categoria tinha seu trunfo, embora o de Tony George, com as 500 milhas de Indianápolis fosse bem menor.

A marca F1 é bem mais forte que a Indy e já tem como inscritas algumas equipes, dentre elas a Williams que tem uma história vencedora na categoria, embora esteja passando por maus momentos na categoria e é certo que Max Mosley conseguiria que algumas equipes se juntassem ao seu campeonato. Do outro lado, temos a gigante Ferrari, com quase todas as equipes a apoiando na tentativa de uma nova categoria. O racha seria maior, porque os trunfos de cada lado se equivalem. A marca F1, de Bernie Ecclestone é suficiente para levar um campeonato com interesse, independentemente das equipes, enquanto a Ferrari, junto com McLaren, Renault, BMW e Toyota também tem força para atrair o público.

Ou seja, enquanto na Indy as atenções ficaram concentradas na CART durante algum tempo, na F1 as atenções seriam totalmente divididas.

E a transmissão, como ficaria? Quem transmitiria o que? Com Bernie Ecclestone à frente da FOM, que transmite a F1 e apóia Max Mosley, as redes televisivas que têm os direitos da F1 nas próximas temporadas, inclusive a Rede Globo, teriam que transmitir a F1, enquanto a categoria da FOTA teria que brigar por espaço na mídia. Mas muitos fãs vão preferir a categoria que a Ferrari disputará, migrando para quem transmiti-la.

Quem seria campeão oficial do quê? Como ficariam as estatísticas? Haveria o risco de alguém se tornar mais absoluto que Schumacher numa categoria mais fraca? Rosberg campeão da F1 pela Williams ganhando todas as corridas da temporada?

O que todos esperam, inclusive FIA, FOM e FOTA, é que a situação seja resolvida da melhor maneira possível, que é a inscrição de todos os times para 2010. A cisão da Indy ensinou muita coisa. Mas parece que os dirigentes da F1 teimam em não aprender.

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