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domingo, 12 de julho de 2009

Corrida - Alemanha

Mais uma vez, depois de nove anos, o GP da Alemanha marcou a primeira vitória de um piloto, depois de mais de 100 corridas. Barrichello, que vencera sua primeira corrida na Alemanha em 2000 na sua corrida de número 123, foi superado por Mark Webber no mesmo país, com 130 provas na carreira.

Na largada, Barrichello pula na ponta - foto: F1 Live
E os dois protagonistas do início da corrida foram eles mesmos. Webber fez uma má largada e, na tentativa de espremer Barrichello no lado interno da pista, tocou no brasileiro de forma perigosa. Rubens conseguiu assumir a ponta mesmo assim e Hamilton, que pulava de quinto para segundo, acabou escapando e furando um pneu.

Hamilton fura pneu e perde uma volta logo no início - foto: F1 Live
A punição a Webber demorou algumas voltas a ser anunciada, o que deu tempo para os dois líderes abrirem muita vantagem pro segundo pelotão, formado por Kovalainen, Button, Massa e Vettel. Barrichello entrou nos boxes com a corrida nas mãos, no mesmo momento em que Webber pagava sua punição. E foi na volta à pista que Barrichello acabou perdendo a chance de brigar pela vitória. O brasileiro voltou atrás de Massa e não conseguiu ultrapassá-lo, perdendo cerca de um segundo por volta em relação ao ritmo que podia e precisava ter, por ter de fazer três paradas, contra duas de seus principais oponentes.

Button supera Massa no início da segunda volta - foto: F1 Live
Antes de Barrichello, Button com uma tática idêntica fora aos pits e vinha se recuperando com algumas ultrapassagens, porém sem um bom ritmo. Kovalainen também foi aos boxes e, quando Massa o fez, a equipe acabou perdendo tempo e o brasileiro acabou voltando atrás de Vettel. Barrichello não conseguia andar tão rápido, mesmo sem a presença de Felipe à frente e Webber logo se aproximou, mesmo com pneus de composto duro. Sutil foi o último dos ponteiros a ir aos pits e, na volta à pista, acabou com sua corrida ao dividir uma curva atabalhoadamente com Raikkonen e quebrar sua asa dianteira.

Sutil, que chegou a andar em segundo, acaba com sua corrida - foto: F1 Live
Button e Barrichello fizeram suas segundas paradas e Barrichello acabou perdendo tempo em seu reabastecimento. Neste momento, Rosberg já aparecia como candidato inclusive ao pódio, com uma tática de paradas mais longa que a dos rivais. Com pneus duros, os carros da Brawn passaram a andar num ritmo melhor, o que evidenciou um erro na escolha dos compostos.

Massa se defende de Vettel. Perderia a posição nos boxes, depois - foto: F1 Live

Daí por diante, as posições se estabilizaram e restava à Brawn fazer o último pitstop de seus pilotos. Ross Brawn chamou Barrichello primeiro, o que fez com que Button, que era mais rápido naquele momento, ganhar a posição do brasileiro e se garantir à frente de Alonso, que era o mais rápido na pista. Porém nenhum deles conseguiu chegar em Rosberg, quarto colocado naquele momento.

Sem ser incomodado, Webber rumou para a vitória, com Vettel conseguindo ter boa vantagem sobre Massa, terceiro. As Brawns terminaram em quinto e sexto, com Barrichello sofrendo pressão de Alonso em sétimo. Kovalainen ainda garantiu um ponto para a McLaren. Piquet foi o 13°, prejudicado por uma péssima largada.

Webber, Vettel e Massa no pódio - foto: F1 Live
A Brawn parece sem chances contra a Red Bull quando as temperatura é baixa. A esperança de Button está na próxima corrida, numa Hungria que normalmente é escaldante. Se a Red Bull levar vantagem por lá, Button pode dar adeus ao título.

sábado, 11 de julho de 2009

Grandes corridas da Formula 1

GP da Europa de 1999

Há dez temporada atrás, Nürburgring via uma corrida das mais movimentadas. Àquela altura, estava sendo disputada o 14° gp da temporada, o GP da Europa. O campeonato permanecia disputadíssimo entre Irvine, que liderava a Ferrari devido à quebra da perna de Schumacher em Silverstone e Hakkinen, principalmente. Coulthard e Frentzen corriam por fora, ainda com reais chances.

Já a classificação teve boas doses de emoção. A pista permaneceu molhada durante boa parte do tempo e foi secando gradualmente no final. Os tempos baixavam a cada minuto e a Jordan fez uma estratégia perfeita, trocando os pneus do alemão e reabastecendo sua Jordan como num pitstop de corrida, dando tempo para Frentzen abrir sua última volta rápida instantes antes do cronômetro zerar e garantindo a segunda pole da história da Jordan e a primeira de um motor Mugen-Honda devido ao piso quase seco naqueles instantes.

Coletiva de imprensa com os três primeiros no grid de largada
Logo na largada, uma confusão nas posições de Zanardi e Gené no fim do grid fez com que a direção de prova abortasse a partida no apagar das luzes causando largada falsa de diversos pilotos. Na segunda largada, Hakkinen que partia da segunda fila, ultrapassou Coulthard e se posicionou atrás de Frentzen. Porém, o safety-car foi logo acionado pelo capotamento do carro de Pedro Diniz, tocado por Wurz. O capotamento causou a quebra do santantônio da Sauber do brasileiro, o que causou apreensão pelo seu pescoço e cabeça. Felizmente o colar de proteção lateral foi suficiente para protegê-lo no cockpit.

Pavoroso acidente de Diniz na largada. Felizmente o piloto saiu ileso
Ao início da sexta volta, a bandeira verde foi agitada e os quatro primeiros colocados permaneceram juntos nas voltas seguintes, embora ninguém conseguisse fazer um ataque efetivo. Mais atrás, o rival de Hakkinen na disputa pelo título, Eddie Irvine, vinha se recuperando de uma má nona posição no grid. Ultrapassou Trulli e Fisichella - não sem antes sofrer bastante atrás do piloto da Benetton - depois da saída do carro de segurança e já era o quinto colocado, embora longe dos quatro líderes. Nesse meio tempo, um acidente rocambolesco entre Zanardi, Takagi e Zonta na entrada da reta acabou tirando o italiano da prova.

Perseguição de Irvine a Fisichella nas primeiras voltas
E foi na abertura do 18° giro que as primeiras gotas de chuva que mudariam a corrida começaram a cair. E o primeiro a se beneficiar da pista úmida foi Ralf Schumacher. Por duas vezes o alemão tentou a ultrapassagem sobre Coulthard na entrada da reta e acabou concluindo a manobra na primeira curva, na segunda tentativa. Fisichella acabou dando uma escapada, enquanto o líder conseguia abrir uma boa distância sobre Hakkinen.

Líderes nas primeiras voltas, separados por menos de dois segundos
Na volta 20, a chuva apertou na região do paddock e Hakkinen entrou nos boxes para colocar pneus de piso molhado. Os outros líderes permaneceram na pista, mesmo sofrendo para controlar o carro naquele trecho da pista, o que se mostrou como sendo a decisão mais acertada.

Na volta seguinte Irvine entrou nos pits para fazer sua primeira parada programada. Porém o irlandês sofreu com um contratempo da Ferrari para encontrar seu pneu traseiro esquerdo: seu companheiro Salo entrara nos pits momentos antes e a equipe não teve tempo hábil para se preparar para Irvine, que acabou perdendo um tempo precioso. Entretanto, seu adversário Hakkinen vinha sofrendo com a escolha errada de pneus e Irvine logo o alcançou e ultrapassou, sem dificuldade. O problema é que com os problemas, eles brigavam pelo 11° lugar naquele momento. Não tardou para que o finlandês voltasse aos boxes para colocar pneus de pista seca. Era a volta 26 naquela altura e o finlandês já tinha perdido uma volta.

Hakkinen, com os pneus errados, não resiste à pressão de Irvine
Ralf Schumacher, que já pressionava Frentzen pela liderança, foi aos boxes antes de ter 30 voltas completadas, o que evidenciava duas paradas por parte do alemão. A briga pela liderança ficava agora entre Frentzen e Coulthard. Era a posição perfeita para equilibrar o campeonato entre quatro pilotos a duas provas do final. O escocês, com a pista quase seca, passou a ser o mais rápido, inclusive induzindo Frentzen a erros. Quando a prova chegou em sua metade, a briga entre os dois acabou. Tudo porque, na saída do pitstop simultâneo de ambos, a Jordan do alemão apagou na chicane do fim da reta e ele teve de abandonar, deixando o caminho livre para o escocês.

Coulthard parte pra cima de Frentzen antes do pitstop de ambos
Coulthard se aproveitou da vantagem que tinha sobre Ralf nas voltas seguintes e parecia ter a corrida sob controle. Entretanto a chuva apertou novamente e o escocês escapou da pista e teve de abandonar. A liderança estava finalmente nas mãos do Schumacher mais jovem, que já tinha mais de 19s de vantagem para Fisichella. Nesse momento, Herbert era o terceiro, com pneus para pista molhada e se aproximando rapidamente do italiano. Herbert fizera sua única parada voltas antes e tinha combustível para ir até o final da prova.

Irvine decidiu pelos pneus de pista molhada quando já se aproximava dos pontos, enquanto Fisichella escapava da pista, mas conseguia voltar ainda em segundo. As condições de tempo mudavam a cada instante e a tensão era clara nos integrantes do pit wall.

Ralf resistiu bem aos momentos de chuva mais forte e, quando a pista já secava novamente, fez sua segunda parada, voltando atrás de Fisichella e Herbert, embora muito próximo dos dois. Caso a chuva não voltasse, Ralf, que não tinha cometido qualquer erro, tinha muita chance de vitória, pois os dois líderes teriam que parar novamente nos boxes.

Fisichella começava a abrir vantagem sobre Ralf Schumacher, já que Herbert voltara aos pits por pneus de pista seca. Porém o italiano escapo pela segunda vez no mesmo ponto, não conseguindo voltar mais à pista. Nunca a corrida esteve tão nas mãos de Ralf Schumacher. Mas a liderança do piloto da casa não durou meia volta: um estouro de pneu o fez despencar na classificação, com um pitstop extra. Uma injusta punição ao até então impecável piloto da Williams.

Herbert se beneficiou dos problemas com os líderes pra assumir a ponta
Herbert liderava novamente. Irvine visitava a zona de pontuação por instantes, mas tinha que fazer mais um pitstop devido à pista seca. A corrida se tornava uma loucura definitivamente e a classificação mudava a todo instante. Faltavam 15 voltas para o encerramento da prova e tínhamos uma Minardi em quarto, com Badoer e uma BAR, com Villeneuve, em sexto. Hakkinen e era o nono e pressionava o líder Herbert para recuperar a volta perdida. Quem completava o pódio? Trulli, um conhecedor da pista alemã, em segundo e Barrichello, com a segunda Stewart-Ford, em terceiro.

Badoer abandona no final e perde o que seriam seus únicos pontos na F1
A cena mais triste da corrida ocorria com o abandono e o choro de Luca Badoer. O italiano, piloto de testes da Ferrari, faria seus primeiros pontos na F1 e os primeiros da Minardi em dois anos. Porém, com o abandono do italiano, a outra Minardi entrava nos pontos, com Gené em sexto.

Gené se beneficiou do abandono do parceiro para pontuar com a Minardi
A pista estava seca e os erros cessaram. As disputas passaram a ser entre Trulli e Barrichello, pelo segunda posição e entre Irvine e Hakkinen pela sétima e depois sexta, com o abandono de Villeneuve. A pressão de Hakkinen era imensa e Irvine não resistiu,escapando na chicane detrás dos boxes, deixando o finlandês livre para atacar Gené e conquistar ainda a quinta posição e dois importantíssimos pontos.

Barrichello lutou de todas as formas para ultrapassar Trulli, mas o piloto da Prost foi perfeito na defesa e as posições não se alteraram. Herbert vencia sua terceira corrida e a primeira da Stewart, que se tornaria Jaguar no ano seguinte. Trulli foi o segundo, seguido de Barrichello, Ralf, Hakkinen e Gené.

Barrichello luta muito, mas não consegue ultrapassar Trulli
A corrida foi das mais movimentadas dos últimos anos, com mudanças de tempo e posições o tempo todo, inclusive com seis pilotos - Frentzen, Hakkinen, Coulthard, Ralf, Fisichella e Herbert - com chances reais de vitória.

Sir Jack Stewart comemora a única vitória de seu time na F1


Melhores momentos da corrida, em inglês

Classificação - Alemanha

A classificação do GP da Alemanha foi a mais emocionante até aqui na temporada, com o piso se alternando entre seco e molhado, Mark Webber fez a primeira pole de sua carreira.

Webber foi o piloto que mais demorou a conquistar uma pole: 130 gps - foto: F1 Live
No Q1, os carros começaram a ir pra pista logo com o sinal verde acionado no pit lane. A maioria foi, inclusive, com pneus macios para a pista.

Hamilton logo conseguiu se colocar em primeiro e parecia que poderia manter seu domínio desde a tarde de ontem. Mas logo apareceu Webber e tomou a ponta. Vettel permaneceu entre os primeiros, embora tenha sido o único a usar os pneus duros, seguro que estava do desempenho de seu carro. E uma garoa leve caiu e acabou ceifando Kubica e Glock, que não conseguiram registrar voltas rápidas logo no início. Os outros eliminados foram as duas Toros, acompanhados de Fisichella.

A segunda parte começou com garoa e todos os pilotos saíram logo para a pista. Na volta de aquecimento de pneus Massa e Nakajima rodaram e todos voltaram aos boxes para colocarem pneus intermediários. Os tempos, altos, mudavam a cada segundo, até que Rubens Barrichello, que mal tinha aparecido até então, foi mostrado na transmissão com pneus slicks macios. O brasileiro logo fez um tempo 3,5s mais rápido que todos, que desesperadamente, se espelhando nele, voltaram aos boxes para trocarem os pneus.

Nelsinho conseguiu o segundo tempo, Sutil o terceiro e os outros vinham melhorando, até que a chuva fraca voltou. Alonso rodou, Raikkonen escapou e, no final, muita gente ainda conseguiu melhorar. Alguns ainda se garantiram no Q3 com a volta que deram com pneus intemediários, como Massa e Raikkonen. Button, Hamilton e Kovalainen se garantiram no final.

Piquet bateu Alonso pela primeira vez em seu primeiro Q3 no ano - foto: F1 Live
Os eliminados foram Heidfeld, que largará em 11°, seguido de Alonso, Nakajima, Trulli e Rosberg. Piquet, pela primeira vez na F1, bateu Alonso numa classificação. E Sutil levou a Force India pela primeira vez a um Q3.

Sutil foi um dos grandes destaques, levando a Force India ao Q3 - foto: F1 Live
O Q3 começou com a pista já totalmente seca e as Brawns foram as primeiras a ir pra pista, juntamente com Vettel. Barrichello foi o primeiro a completar volta rápida, enquanto Button abortou a sua para ir aos boxes e mudar a estratégia.

Barrichello usou a experiência para largar na primeira fila - foto: F1 Live
Na volta à pista, a briga ficou entre Hamilton e Button por alguns instantes. Até que apareceram as Red Bulls, assumindo a ponta com Webber e o segundo lugar com Vettel. Com voltas abertas nos últimos segundos, Barrichello e Button conseguiram se colocar entre as RBRs, com Barrichello garantindo a primeira fila. Hamilton foi o quinto, seguido por seu companheiro Kovalainen, o impressionante Sutil, as duas Ferraris, com Massa à frente e Piquet.

Webber se prepara para deixar os pits em sua última tentativa - foto: F1 Live
Amanhã a corrida é das mais imprevisíveis. A chuva deve cair em algum momento e Barrichello passa a ter muito chance pois mostrou que ninguém como ele consegue ler as condições de pista, quando elas mudam rapidamente. As RBRs ainda são as favoritas,mas até Hamilton merece ser observado.

Terceiro treino livre - Alemanha

Parece que o contato com a Mercedes W25 numa exibição no velho Nordschleife fez bem a Lewis Hamilton. O inglês liderou o terceiro tempo e, mais que isso, dominou completamente a sessão.

Hamilton liderou pela segunda vez, provando a evolução da McLaren - foto: F1 Live
Logo no início da mesma, com uma temperatura quase tão baixa quanto a de ontem pela manhã, os pilotos pareciam com preguiça de irem à pista. Com alguns minutos ainda era Sutil o líder do treino. Massa, Glock e Button também passaram pelo topo da tabela, mas Hamilton não demorou a tomar a ponta da sessão.

Com a primeira volta abaixo de 1min32s no final de semana, Hamilton permaneceu por muito tempo distante dos concorrentes por mais de meio segundo. Quando parecia que alguém ameaçaria o domínio de Lewis, o inglês voltou à pista e fez uma sequência de voltas rápidas, culminando com o 1min31s121, o tempo mais rápido até aqui.

Alonso voou no final e ficou com o segundo tempo - foto: F1 Live
Felipe Massa conseguiu melhorar novamente no final e diminuiu a diferença de seu rival do título do ano passado para cerca de dois décimos. Mas Alonso conseguiu se colocar entre os dois, em um bom resultado de sua Renault. Por outro lado, Nelsinho, que pode fazer seu último gp em 2009, não passou de um 16°.

Massa, terceiro, dá alguma esperança à Ferrari na classificação - foto: F1 Live
As duas Red Bulls, discretas, foram quarto e quinto, com Vettel à frente. Raikkonen confirmou a boa manhã da Ferrari. Trulli foi o sétimo, seguido por Rosberg, Nakajima e Heidfeld. As Brawns foram mal, com Button em 11° e Barrichello em 14°.

O treino mostrou que as atualizações no carro de Hamilton surtiram efeito. Resta saber o quão longe pode ir o inglês para tentar se infiltrar entre Brawns e Red Bulls, as favoritas à pole de daqui a pouco.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Segundo treino livre - Alemanha

Assim como tem sido comum no primeiro treino a falta de movimentação na pista nos primeiros momentos, no segundo treino os carros logo vão pra pista. E logo no início já vimos carros forçando o ritmo, dando escorregas e escapadas, como a de Nakajima, na última curva.

Logo no início, Vettel que pouco treinou na primeira sessão, resolveu mostrar serviço e logo assumiu a liderança. E, apesar do tempo ainda alto, a lidrança se manteve na primeira meia-hora. Tudo por causa de uma leve garoa que caiu durante algusn minutos e que, além algumas belas corrigidas por parte dos pilotos, causou a batida leve de Fisichella e o fim prematuro de seus trabalhos na sexta.

Hamilton surpreendeu com a liderança - foto: F1 Live
A garoa fraca não espantou totalmente os carros da pista e alguns chegaram a usar pneus intermediários. Com a garoa cessando, a pista secou rapidamente e não demorou para o tempo de Vettel cair. Kovalainen fez uma sequência de voltas rápidas e assumiu a liderança provisória. Liderança que trocou de mãos entre Webber e Heidfeld, para ficar com Webber durante alguns minutos.

Massa, bem pela manhã, mal à tarde. O inverso ocorreu com Vettel - foto: F1 Live
As primeiras posições permaneceram se alterando, no momento em que a Brawn deu as caras pela primeira vez, com Button assumindo a ponta e ficando lá por alguns minutos. Quando Barrichello assumiu a quarta psoição, Vettel voltou a pista e acabou com a brincadeira da equipe estreante, fazendo uma volta que prometia ser voadora pelas parciais, mas que acabou batendo o inglês por apenas 27 milésimos. Evidenciou um problema no terceiro setor por parte da Red Bull.

Quando parecia que a Red Bull passaria invicta pela sexta-feira, apareceu Hamilton. Não sem antes dar uma rodada, o inglês deu uma volta voadora e fez um tempo que, mesmo com diversas tentativas de Vettel de batê-lo, não foi possível, exatamente pela diferença de mais de três décimos no último setor da pista. Vettel vinha sempre mais rápido até a segunda parcial e perdia tempo e a ponta.

Sutil se recuperou do problema da manhã e ficou em sexto - foto: F1 Live
Button se colocou entre os carros da equipe de bebidas energéticas, em terceiro. Trulli foi o quinto, Sutil confirmou o bom desempenho da Force India em sexto e completaram os dez primeiros, Barrichello, Alonso, Nakajima e Piquet, que acabou parando o carro com problemas, já com a bandeira quadriculada. Massa foi o 12°, quatro posições à frente de Raikkonen.

A Red Bull permanece como favorita, muito embora tenha mostrado que não será absoluta. Um dobradinha, por exemplo já está muito ameaçada.

Primeiro treino livre - Alemanha

Como tem sido corriqueiro nas últimas corridas - e por que não dizer nos últimos anos? - na F1, os primeiros instantes de pista liberada nos fins de semana de gp tem sido usados apenas para as voltas de instalação, apenas para checar componentes. Nos primeiros 35 minutos, apenas Fisichella e Buemi fecharam voltas rápidas. E nem tão rápidas, na casa de 1min40s, com o italiano dando a honra aos indianos de liderar uma pequena e desimportante parte do fim de semana.

Passada a primeira meia-hora, os carros vieram a pista, aumentando a ação aos poucos. Primeiro, Trulli e Rosberg se revezaram na liderança, com a Itália fechando a primeira metade do FP1 na frente. Mas não tardou até a Red Bull aparecer.

Webber dominou boa parte da sessão e pouco foi incomodado - foto: F1 Live
Webber logo confirmou que a temperatura ambiente de 11°C era mesmo ótima para a equipe austríaca e pulverizou os tempos dos concorrentes, volta a volta. E Vettel, assim que conseguiu se posicionar com o segundo tempo atrás do australiano, parou com problemas entre as curvas 1 e 2. Seu carro simplesmente desligou o motor, exatamente no mesmo local e da mesmíssima forma que Sutil momentos antes.

Vettel para seu carro com problemas ainda no início da sessão - foto: F1 Live
Logo na sequência, Button e Trulli melhoraram, ficando com a segunda e terceira posições, embora mais de meio segundo atrás de Webber. Massa conseguiu tirar o piloto da Toyota do terceiro lugar a 10 minutos do final, enquanto Barrichello sofria com problemas nas freadas, buscando o 12° tempo apenas nos últimos segundos. E nestes últimos segundos, Vettel conseguiu voltar à pista, mostrando que o problema em seu carro não foi grave, muito embora o tempo que o alemão perdeu nos boxes seja precioso. Foi o oitavo, seguido por Nakajima, que melhorou com o cronômetro já zerado e Alonso, discreto.

Barrichello passou boa parte do tempo em último e terminou em 12° - foto: F1 Live
Fisichella levou a Force India ao quinto lugar, seguido por Raikkonen e Rosberg. Piquet foi o 15° e as McLarens , na casa da Mercedes, foram apenas 13° e 18°, com Hamilton à frente de Kovalainen. Hamilton que já deve estar sentindo saudades da velocidade da W25.

Fisichella em quinto? Esperemos o segundo treino para melhores conclusões. A única que podemos tirar é de que a RBR nada de braçada mesmo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Hamilton e a flecha de prata

O atual campeão da F1 ganhou um presente neste fim de semana em Nürburgring. O inglês participou de uma demonstração pela Mercedes com o modelo W25, que estreou na temporada de 1934, no período pré-F1. As fotos ficaram fantásticas.

Hamilton posa entre o presente e o passado - foto: AP/Wolfgang Wilhelm

Hamilton passeia na Mercedes W25 no Nordschleife - foto: AP/Wolfgang Wilhelm
O W25 deve ser mais rápido que o fracassado MP4-24 - foto: AP/Wolfgang Wilhelm

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Prévia - Alemanha

O GP da Alemanha, que este ano será disputado em Nürburgring, já foi disputado também em outras duas pistas: a famosa Hockenheimring e a pouco conhecida Avus, que sediou apenas um GP, em 1959.

Nürburgring, palco do GP da Alemanha depois de 23 anos
Nos últimos anos, tanto Hockenheim, quanto Nürburg coexistiram no mundial de F1. Entretanto, apenas uma detinha o título de GP da Alemanha. Nürburgring normalmente sediava o GP da Europa e por dois anos o GP de Luxemburgo. Agora, com a entrada de novas pistas no calendário, o GP da Alemanha vem sendo revezado entre as duas principais pistas teutônicas que têm como seu maior vencedor Michael Schumacher, com 10 vitórias.

Com o revezamento, o GP de 2008 foi disputado na pista de Hockenheim e vencida pelo inglês Lewis Hamilton, que dominou todo o final de semana. Mas a vitória não foi tão fácil. Um safety car, aliado a uma falha de estratégia da equipe McLaren, acabou jogando Hamilton para a quarta posição na corrida e, numa sensacional recuperação na últimas voltas, ultrapassou Felipe Massa e Nelsinho Piquet para vencer a corrida de forma espetacular. Corrida que teve um pódio com dois brasileiros depois de quase duas décadas.

Nürburgring sediou o GP da Alemanha por 22 vezes entre 1951 e 1976 numa pista que pouco se assemelha com a atual. Era o temido Nordschleife, de mais de 20 km e mais de uma centena de curvas. A pista ainda existe e ainda é usada em algumas provas. Nesses 22 gps, podem-se destacar o de 1957, vencido de forma inacreditável por Fangio e o de 1976, em que Lauda quase perdeu a vida envolto em chamas e que fez o "inferno verde" deixar o calendário definitivamente.

Hamilton sendo polemicamente içado de volta à prova de 2007
Em Nürburgring, a última corrida ocorreu em 2007. Já era o GP da Alemanha, mas aconteceu com o nome de GP da Europa por questões comerciais. A corrida aconteceu sob muita chuva, que caiu no final da primeira volta e causou bizarrices como a liderança de Markus Winkelhock em seu único gp pela Spyker, Lewis Hamilton sendo içado de volta à pista por um trator após rodar e ficar na caixa de brita e o safety car arrancando para escapar da batida de Vitantonio Liuzzi. Depois da interrupção por bandeira vermelha, a corrida decorreu sob o domínio de Felipe Massa com a pista secando gradualmente, mas no final a chuva voltou e Alonso se aproveitou da situação para ultrapassar o brasileiro, não sem antes haver um toque entre eles, que causou uma discussão ríspida entre os dois a caminho do pódio.

Massa sendo atacado por Alonso na briga que definiu a vitória em 2007
A corrida de domingo deve ser bastante disputada entre Brawns e Red Bulls. A Red Bull perde parte da vantagem que teve na Inglaterra pela temperatura mais alta e pelas curvas mais lentas da pista alemã, mas ainda deve estar ao menos no mesmo nível da equipe de Ross Brawn. E há sempre a possibilidade de chuva, que cai repentinamente e em pontos isolados.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mais um casco de Heidfeld

Nick Heidfeld repetiu o concurso feito em 2008 para o GP da Alemanha. Os fãs enviaram pinturas de capacetes e a melhor escolhida pelo piloto alemão seria utilizada por ele no fim de semana de Nurburgring. Dizem as más línguas que o vencedor foi pintado pela Maísa.

Se esse é o melhor, imaginem o resto. Os 11 melhores estão no site do piloto.

terça-feira, 31 de março de 2009

Grandes corridas da Formula 1

GP da Alemanha de 1957

No dia 4 de agosto, de 1957, há quase 52 anos ocorreu aquela que talvez tenha sido a maior atuação de um piloto na história do esporte à motor. Uma exibição de talento, técnica, arrojo e sobretudo naquela época, coragem. A vitória no grande prêmio da Alemanha de 1957, que viria a ser a última de Juan Manuel Fangio na Fórmula 1, deu à ele seu quinto e derradeiro título, com duas corridas de antecipação.

Nürburgring Nordschleife é, sem dúvida, o mais desafiador circuito já construído na história. Com 22km, 182 curvas (decoradas pelo belga Jack Ickx), subidas e descidas que proporcionavam (e proporcionam) saltos, uma combinação alucinante em prol da velocidade. Participou do calendário até 1976, quando foi ceifada devido ao acidente que quase vitimou fatalmente Niki Lauda (chegou a sofrer a extrema-unção).

Inferno verde foi o apelido dado ao circuito que cortava as florestas alemãs pelo tricampeão Jackie Stewart. Não era contemporâneo de Fangio, em 57 não havia ainda esse apelido.

Na prova de 1957, válida pelo oitavo mundial de Fórmula 1, Fangio marcou a pole com o tempo de 9min25.6s, 2.8s à frente do inglês Mike Hawthorn. Era um bom início de fim de semana, pois com a vitória, Fangio garantiria o título antecipadamente. O grid de largada mostra diferenças absurdas para os moldes atuais, mas para um circuito daquela extensão, não é tão absurdo pensar em 2.8s. Fazendo um exercício de cálculo, num circuito em que se dá uma volta em 1min30s, não é incomum conseguir uma diferença de 3 décimos de segundo, ou seja, 0,3% do tempo total de volta. Fangio alcançou uma diferença de pouco menos de 0,5% do tempo de sua volta. Uma bela volta, mas nada tão impossível. O que chama atenção são as diferenças para os demais, no grid de largada abaixo:

Grid:
1) Fangio(Maserati) - 9:25.6
2) Hawthorn(Ferrari) - 9:28.4
3) Behra(Maserati) - 9:30.5
4) Collins(Ferrari) - 9:34.7
5) Brooks(Vanwall) - 9:36.1
6) Schell(Maserati) - 9:39.2
7) Moss(Vanwall) - 9:41.2
8) Musso(Ferrari) - 9:43.1
9) Lewis-Evans(Vanwall) - 9:45.0
10) Gregory(Maserati) - 9:51.5

Fangio pilotava uma Maserati 250F, ante as Ferraris 801 F1 de Hawthorn e Collins e vinha de um campeonato excepcional, com vitórias em Buenos Aires, Mônaco e Rouen e um abandono em Silverstone por quebra de motor. Três vitórias em quatro. Garantiria o título com a vitória no Nordschleife, ainda restando duas provas para o fim da temporada.

A tática de Fangio era valer-se de um carro mais leve que as Ferraris para abrir 23s que seriam suficientes para realizar um pitstop para reabastecimento e troca de pneus. Essa tática foi adotada pois os pneus da Maserati eram os Pirelli, mais macios e que não manteriam um bom desempenho ao fim da prova. Largou com pouco mais que meio tanque mas titubeou e permitiu o avanço da dupla ferrarista para a ponta da corrida, seguidas por Jean Behra. Saiu à caça e ao final da segunda volta, já ponteava a corrida. Precisava agora apertar o ritmo para conseguir a diferença necessária para realizar o pit stop com tranquilidade.

Foi baixando o tempo de volta gradativamente (bateu o recorde de volta 5 vezes) até que, ao final da volta 11, adentrou os boxes com o tempo de 9min29.5s, batendo pela sexta vez e agora em impressionantes mais de 10s o recorde de volta em prova da Lancia do ano anterior. Tinha 29s de vantagem, diferença mais do que suficiente para voltar para a prova na ponta. Estacionou seu carro nos pits, desceu e tomou um copo d'água enquanto esperava pelo serviço dos mecânicos. Bólido reabastecido, um, dois, três pneus trocados. Porém, um dos mecânicos põe tudo a perder. Deixa cair uma das porcas e não a encontra, enquanto Fangio, atônito, vê Hawthorn e Collins rasgarem a reta à sua frente. Encontrada a porca, serviço completo, Fangio retorna à pista, só que com uma desvantagem de 45s para as Ferraris.Fangio teria que operar um milagre para conseguir a vitória. Nas duas voltas seguintes ao pit stop, nada aconteceu, chegou mesmo a perder terreno para a dupla ferrarista. Poucos sabiam que naquelas duas voltas, o argentino aqueceu perfeitamente os pneus e usou o ritmo mais lento para confundir os cronometristas da Ferrari, em tempos de cronometragem totalmente manual e pouco precisa. Fangio começou a tirar a vantagem gradativamente e tinha 33s de desvantagem na volta 16, só que começou a bater recordes atrás de recordes nas voltas seguintes, com tempos inacreditáveis: 9:28.5s, 9:25.3s, 9:23.4s e o espantoso 9:17.4s, 8 segundos mais rápido que o tempo da qualificação. Há relatos de que Fangio deu saltos em colinas, contornou curvas flat e fez malabarismos que nunca tinham sido vistos até então. Fangio chegou mesmo a controlar o bólido a 230km/h em derrapagem controlada, sem aliviar o pé do acelerador, num ponto em que havia uma freada forte.

Ao abrir a volta 21, Fangio tinha apenas 2s de desvantagem para Peter Collins. Não demorou até que ele ultrapassasse Collins, na Sudkurve, mas chegou a tomar o troco. Ultrapassou de novo e foi buscar Hawthorn. O público, embasbacado com o desempenho de Fangio, aguardava pela abertura da última volta, com Fangio e Hawthorn disputando a ponta mas o que se viu foi Fangio cruzando a linha já na liderança. E abrindo mais 3,6s, num ritmo mais brando durante a volta para completar aquela performance inacreditável.

Hawthorn disse que não havia nada que pudesse fazer para impedir a vitória do argentino. Fangio ainda disse que nunca havia dirigindo daquela forma e que nunca mais assumiria aqueles riscos.

A lendária performance chegou a suscitar dúvidas com gente dizendo que Fangio cortava caminho por uma curva, mas o fato é que naquele dia, quem estava próximo às curvas, dizia q a face de Fangio estava endiabrada e que ele poderia fazer qualquer coisa.